Pobre homem, tu te enganas
quando pensas que olham para ti.
Tu te equivocas ao pensar que há surpresas,
passagens secretas feitas em rochas sem memória.
E então tu procuras.
Cavuca a terra, olha sob um seixo,
entra em tua casa e mira os alfarrábios
como se algum deles contivesse matéria plena de sentido.
E não há. Ao menos não ainda.
Talvez nunca haverá, é impossível prever.
Teu caminho é tu quem faz,
mas sempre te faltarão lajes
e terras aplainadas que te sirvam.
Bem sabes disso, e procuras;
procuras sempre aquela que dará
lajes, plainas, olhares
para, quem sabe um dia,
seguirdes palmilhando a estrada.
Deverias te esquecer por um momento
que dois é mais que um.
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