Eu converso ao telefone, vejo fotos, faço planos, me encanto, vejo pegadas, traço o passado, vejo mais fotos e converso.
Tomo um suco, como um pêssego, tomo um iogurte e depois um copo d'água, e digito sem parar para pensar. Não quero que haja alguma marca de lima neste texto; quero-o puro e bruto, escorrido da ponta dos meus dedos e de dentro do meu peito.
Se ligo, se me preocupo, se penso a todo momento, o motivo é um só, é uma certeza que não se desvanece com o vento. Se minhas mãos ainda hoje tremem, motivos não me faltam, e não é de medo que estou falando. O que falo e penso é positivo. O brilho oblíquo que emana de meus olhos não é faca que machuca; é antes seda que se enrola em seu pescoço e lhe afaga, impededindo a luz do Sol de te queimar.
Eu converso ao telefone, vejo mais fotos, refaço planos, me encanto, prevejo pegadas, traço o futuro, vejo mais fotos e converso. E tudo isso no turbilhão de duas horas.
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