segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Música medieval

As coisas estão bem corridas (tenho um livro para entregar semana que vem, não deveria estar escrevendo neste momento, mas agora já estou) e quero falar sobre o tema deste texto de um modo menos de passagem, o que espero fazer brevemente. Deixarei apenas um registro rápido, o de que a caixa de música que carrego no peito ganhou mais um compartimento: às canções brasileiras do início dos anos 1930 até os 1960 juntam-se a música do Medievo europeu.

Estou fascinado pelo que venho ouvindo, desde a música de teor sacro até os Carmina Burana, e é bom frisar aqui que não estou falando de música erudita no sentido forte do termo, mas de cantigas, composições jogralescas, cançonetas, saltarellos e música de relativo teor popular.

Uma boa mostra disso é uma das canções do Carmina Burana, Tempus est iocundus (O tempo está alegre), interpretada pelo grupo espanhol Artefactum. E interpretada mesmo, basta ver as brincadeiras vocais ao final da canção, um belo modo de interpretar o amor e sua relação com o voto de virgindade dos monges -- os carmina são uma coletânea de canções de caráter múltiplo, desde poemas sobre o vinho, passando pelo amor e pelos jogos de azar, até hinos religiosos. Eles foram compostos entre os séculos XI e XIII por monges germânicos conhecidos como goliardos, estudantes que, como a maioria nos dias de hoje e em todos os tempos, gostavam de um pouco de bagunça. Mas é preciso ratificar que há muitas composições de fundo moralizante e mesmo satíricas, que batiam de frente com a Cúria Papal da época e suas vestes de brocados dourados.

Tempus est iocundum, interpretada por Artefactum.

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