quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mais avulsos

Há momentos em que o tempo parece se comprimir, dobrar-se a uma vontade alheia e anônima. Hoje passei por algo assim, quando vi a aurora começar a sorrir por trás de uma árvore velha. Pássaros conversando e insetos indo embora, após a noite de vigília rodeando a lâmpada pública, também em frente à minha janela.

O desvelamento paulatino da luz é um efeito mais mágico do que físico; é rotação de um grau da roda, que, decerto, completará seu ciclo, quando, enfim, o recomeço - ou será o desfim? - tocar sua trompa e as coisas se refizerem, cada uma à própria imagem e talvez semelhança.

É incrível como eu escrevo asneiras quando estou com sono...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

3h47. Em vez de ir dormir, estou criando personagens pra uma historiazinha steampunk. Desse jeito minha saúde vai pra merda, viu...

Mas e daí? E estou ouvindo Cueio Limão pra ficar acordado.


Uma canção de amor que tem versos como "Quem é o mestre?/O mestre é o Leroy" e "Só uma coisa me consola/O Paul Simon na vitrola" merece ser ouvida!

sábado, 7 de novembro de 2009

Morte Abreviada

Encontrei este texto numa folha de papel dobrada dentro de um volume antigo das Vidas Paralelas, o que compara Alexandre e Julio César. Não consegui encontrar uma relação direta entre o conteúdo do texto e o livro em que ele estava guardado, ou esquecido. A ideia de alguém que não morreu e que comenta isso, mesmo de um modo fragmentado, soa como um curioso absurdo. Acredito que seja apenas ficção.

Eu deveria estar morto. Por algum motivo que não sei explicar, estou aqui, ouvindo blues num aparelho que só tem um fone funcionando, andando por esta avenida mal iluminada.

O bando de gente que volta para casa depois de um show ruim e lota o metrô com conversas inúteis já não me interessa mais, como muita coisa nesta vida. Já não bebo nem converso; limito-me a balançar a cabeça ao falarem comigo, num gesto que mistura neutralidade, deboche e falso interesse pelo que me é dito. O tempo, que parece ser sábio, nos ensina esses maneirismos.

Toda explicação que dei não tem razão de ser. Eu fiz o caminho de boca fechada e sem movimentos de cabeça. Ainda assim, me irritava com a falação desnecessária e aquele fone que só funcionava de um lado.

Mas e daí? Eu deveria estar morto.

O caso nem é esse~~


O texto subitamente para nesse ponto, como se quem o escreveu tivesse se levantado para fazer algo urgente, já que a última palavra acaba num traço displicente, possível apenas se, ao escrever, a caneta fosse abandonada, jogada na mesa em que o papel estava pousado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Autoentendimento. Isso não é nada fácil de alcançar. Muitos dos erros imputados a outros têm sua causa no imputador. Por isso, prefiro os que parecem sorumbáticos, mas que se conhecem, aos alegrinhos que culpam outros pela própria mediocridade.

Depois de muito tempo, tremi de raiva e quase dei um soco na cara de alguém.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mais um.

Ainda hoje eu lembro daquela moça pequena entrando na minha vida: no começo, pela órbita; depois, tangenciando. Agora, ela está no centro do meu mundo. A primeira vez que vi aqueles olhos irrequietos está para sempre gravada, bem como nosso primeiro beijo, primeiro filme, primeira noite, primeiro tudo. A memória pode muito, mas o futuro espera lá na linha do horizonte, pacientemente. Caminharemos a seu encontro de mãos dadas, você e eu, ambos guiando e sendo guiados.

Que passem dias, anos, gerações. Que narrem e cantem nossa história quando já estivermos quase esquecidos pelo mundo e pelos nossos e digam, com toda convicção, que aquele amor brotou da pedra molhada pela chuva e foi arado por mãos macias e brancas como a nuvem.

Será a história de uma garota e de um rapaz que se encontraram, com amor nas pontas dos dedos e das unhas, sorvendo o passado e mirando o porvir.






Que haja muitas e muitas chances de te dar parabéns e comemorar muitas outras coisas contigo. Sei que este ano está sendo muito importante para você e quero que ainda tenha boas surpresas (e frutos de seu merecimento) antes de ele chegar ao fim.

Meu amor, feliz aniversário.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De muitos, o primeiro

Esta é outra porta que atravesso, e para a qual agora olho, divisando seus batentes foscos.

28 anos. Pouco aprendizado, algumas certezas e muita curiosidade. Depois de tanta zanga, alegria e outras coisas, percebo outra vez um pouco mais do mundo, agora segurando uma pequena mão branca como o leite.

Esse foi o ano em que ganhei o melhor dos presentes. Não importa idade, não importa nada. Só o que sinto e que ruge carinhosamente aqui dentro. Dito isso, tudo mais se cala.