não lembro de nada de seu corpo
exceto por suas pernas finas de desenhista
por meus devaneios ou minha cara de basbaque
teus dedos ágeis trigonométricos
traçando assuntos no ar acompanhados
do menear veloz de cabeça, da boca em ricto.
no silêncio, ambas as mãos pousadas na bolsa sobre o colo.
a última lembrança:
uma foto na rua dos ingleses, sem número.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Bela, inacessível
senda
pode a vida não ter sentido?
pode e não pode
de minha parte
ouso a busca, e há motivos e razão:
procuro fins e Substância
não tanto importando
se no princípio era o Verbo.
pode e não pode
de minha parte
ouso a busca, e há motivos e razão:
procuro fins e Substância
não tanto importando
se no princípio era o Verbo.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Um binômio
Quem ganha a vida corrigindo os outros deveria às vezes tentar criar. A experiência é engrandecedora.
Quem tem a mente criadora deve por vezes olhar para fora e descobrir as maravilhas do mundo e os erros alheios. Aprende-se muito assim.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Aniversário
Neste ano que está passando, ganhei novos amigos, algumas amizades se desfizeram, conheci algumas pessoas e reconheci a natureza de outras (para o bem e para o mal). Disso tudo, só reafirmo a única convicção que tenho nesta vida: de que nada dura tanto tempo quanto imaginamos e que muito da existência está atado a uma roda que gira mas dificilmente passa por um mesmo ponto.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
A escrita
Encontraram-me morto ao pé da escada.
Mudo e sem direitos, com os pés tortos e as mãos de unhas curtidas nos bolsos.
O odre de quimeras ao lado, quase cheio; não houve tempo de bebê-lo.
No peito ainda jorravam angústias brancas,
Sangue sem cor, talvez o ícor divino,
Já que se eu não tinha deus,
Só podia ser eu mesmo o meu Deus.
Um deus morto e ridículo, como todos os deuses.
Morto ao pé da escada.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
É curioso olhar para uma foto e ver um passado destroçado, relações que se romperam, criaram musgo e tiveram suas muralhas carcomidas pelo tempo, quando cada dia equivale a um ano e cada ano torna-se um século. O que antes eram seis ou sete faces sorridentes hoje semelham-se a lembrança estranha e enegrecida, a casca podre do caule da árvore do tempo.
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