quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A escrita


Encontraram-me morto ao pé da escada.
Mudo e sem direitos, com os pés tortos e as mãos de unhas curtidas nos bolsos.
O odre de quimeras ao lado, quase cheio; não houve tempo de bebê-lo.
No peito ainda jorravam angústias brancas,
Sangue sem cor, talvez o ícor divino,
Já que se eu não tinha deus,
Só podia ser eu mesmo o meu Deus.
Um deus morto e ridículo, como todos os deuses.
Morto ao pé da escada.

sexta-feira, 13 de julho de 2012


É curioso olhar para uma foto e ver um passado destroçado, relações que se romperam, criaram musgo e tiveram suas muralhas carcomidas pelo tempo, quando cada dia equivale a um ano e cada ano torna-se um século. O que antes eram seis ou sete faces sorridentes hoje semelham-se a lembrança estranha e enegrecida, a casca podre do caule da árvore do tempo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012




Fiz a limpa em casa. 

Mandei para a reciclagem vários mangás e manhwas, comics, revistas de videogame, eliminei muita coisa que ocupava espaço e não tinha mais significado.
Estou há uma semana reorganizando minhas prateleiras e decidindo que livros ficarão perto de quais revistas.

Decidi que o notebook (meu único computador) não ficará mais na mesa. Seu lugar agora é na estante, numa posição menos cômoda. A mesinha do quarto agora será lugar de livros e da luminária. O notebook passeará por lá só por necessidade.

Aliada a essas mudanças está uma tentativa de quebra de paradigma: nada compras de revistas ou mangás. Quadrinhos eu praticamente não comprava, só edições fechadas; agora, menos ainda. Não comprarei mais nenhuma figura ou boneco; já tenho estas da prateleira de cima e está bom. 

Mudanças e organizações são muito boas de tempos em tempos, ao menos assim eu penso. Todo quarto precisa ser arejado, os móveis devem trocar de lugar e algumas coisas devem ir embora, cumprir suas funções em outras mãos.

E é isso.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Viento Helado


En la medida que no dejo de escuchar
como desarman esta noche las campanas
llevando todo lo que viene y pasará
y el horizonte se desarma entre las hojas.

Algún día de estos, a través del cielo
cada minuto como nos acerca
Viento helado, voy al viento.

Si no durmiera no podría ni soñar
con lo que de otra forma nunca encontraría
es lo que veo cuando voy a decir no
fuera del día y de todo lo que creo.

Algún día de estos, a través del cielo
cada minuto como nos acerca
Viento Helado, voy al viento

Los eucaliptos de la calle principal
se agitan por lo mismo que nos asustamos
estar en serio dentro de un amanecer
constantemente de su modo asombrados
a veces creo q es preciso conocer

lo que se pierde en una tarde
lo que se gana de una vez

lo que se gana de una vez.